A Espanha segue sofrendo as consequências de incêndios espalhados pelo país. Já são mais de 350.000 hectares arrasados pelo fogo. E, apesar de esforços nacionais e internacionais estarem sendo empregados, ainda há focos ativos em diferentes partes do território espanhol. O assunto é considerado central na reunião do Conselho de Ministros que acontece nesta terça-feira (26), sob a presidência do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI em Madri
Conforme adiantou o jornal El País, um dos objetivos do encontro é declarar 16 das 17 comunidades autônomas espanholas como “zonas catastróficas”. Todas as regiões, menos o País Basco e as cidades autônomas de Ceuta e Melilla, passarão a ser consideradas como “zonas afetadas gravemente por emergências de proteção civil”.
Uma vez que essas áreas passem a ser consideradas oficialmente como “zonas catastróficas”, a resposta do governo central às diferentes necessidades locais deve ser mais ágil e direta. O Estado poderá, por exemplo, conceder assistência financeira às vítimas de catástrofes. Também poderão ser postas em prática reduções e isenções de impostos, como uma forma de beneficiar as populações mais afetadas. Além disso, os trâmites burocráticos relacionados à reconstrução de áreas atingidas devem ser facilitados.
Vale ressaltar que o governo espanhol não restringirá o status de “zona catastrófica” às regiões atingidas pelos incêndios mais recentes, ocorridos em agosto. Estarão incluídos também territórios afetados por outros fenômenos, como tempestades e fortes enchentes. Todos eles registrados desde junho deste ano.
Até a última segunda-feira (25), 14 incêndios de nível 2 – numa escala de gravidade que vai até 4 – afetavam a Espanha. Desses, 10 são na região de Castela e Leão; 3, em Astúrias, e um na Galícia. Além desses incêndios em situação preocupante, há três focos considerados estabilizados e sete que estão controlados.
As informações foram confirmadas por Virginia Barcones, diretora de Proteção Civil e Emergências do governo espanhol. Em uma entrevista concedida à rádio Onda Cero, Barcones explicou que, apesar da evolução positiva dos trabalhos de combate ao fogo, ainda há preocupação em relação ao tema. Também afirmou esperar que as condições meteorológicas facilitem a extinção dos focos de incêndio.
O fogo que se alastrou por diferentes regiões da Espanha desde o último dia 8 de agosto e já arrasou 358 mil hectares, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais. Quatro pessoas perderam a vida e dezenas ficaram feridas, além dos incontáveis danos causados aos animais e ao meio ambiente. O período de incêndios vorazes coincide com a onda de calor mais intensa já registrada no país, que se deu entre os dias 3 e 18 desse mês. Ao todo, em 2025, já são mais de 400 mil hectares devastados pelo fogo no território espanhol.
Além dos meios locais e nacionais, está sendo empregada ajuda estrangeira no combate aos focos de incêndio. Países como República Checa, Eslováquia, Alemanha, Finlândia, França e Portugal enviaram reforços. Esse é o maior dispositivo de ajuda internacional que já chegou à Espanha, segundo a diretora da Proteção Civil e Emergências, Virginia Barcones.
A tragédia dos incêndios na Espanha gerou um significativo enfrentamento político entre a direita e o governo central, de esquerda. O Partido Popular (PP), como principal sigla da oposição, tem liderado essa “batalha política”, utilizando os incêndios para criticar a gestão governamental e propor as suas próprias soluções.
Alberto Núñez Feijóo, líder do PP, chegou a publicar no X o Published on 2 days, 10 hours ago
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