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Europa reage com otimismo e cautela após reunião histórica sobre a Ucrânia em Washington



A União Europeia convocou uma reunião virtual de emergência com líderes do bloco nesta terça-feira (19), para discutir os resultados das negociações em Washington sobre a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou estar pronto para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, com o objetivo de pôr fim à guerra em seu país. Esse encontro bilateral, previsto para acontecer nas próximas duas semanas, seria seguido por uma reunião trilateral com a presença do presidente americano, Donald Trump. Na capital americana, os europeus pediram garantias para Kiev e receberam a promessa de Trump de que os EUA se envolverão na segurança futura da Ucrânia, caso um acordo seja alcançado.

Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas

Em Washington, a União Europeia se apresentou como uma frente unida e solidária em apoio à Ucrânia. Os europeus pediram garantias para Kiev e receberam a promessa de Trump de que os EUA se envolverão na segurança futura da Ucrânia, caso um acordo seja alcançado.

Especialistas destacam que ver seis líderes europeus e o secretário-geral da Otan, que liberaram suas agendas de última hora para acompanhar a segunda visita de Zelensky à Casa Branca, demonstra um momento de coesão extremamente forte para a Europa. A ênfase não estaria tanto no encontro com Trump, mas no escudo europeu formado em torno de Zelensky para protegê-lo. “Estamos aqui, como aliados e amigos, pela paz na Ucrânia e na Europa”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após o término da reunião que levou essa inédita delegação de chefes de Estado e governo do bloco a Washington.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou que o encontro superou as expectativas. “Estou sentindo que estes serão dias decisivos para a Ucrânia”, ressaltou. Mais cedo, Merz insistiu na necessidade de um cessar-fogo como condição prévia para as próximas etapas das negociações de paz. A ideia de uma “trégua” como “necessidade” também foi apoiada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, mas Trump descartou a possibilidade de um cessar-fogo imediato. Sobre a questão da integridade territorial da Ucrânia, Macron afirmou que concessões à Rússia não foram discutidas em Washington. Ele pediu cautela, apesar dos preparativos para uma eventual reunião entre Putin e Zelensky nas próximas duas semanas.

Garantias de segurança

Sem entrar em detalhes, Trump garantiu que os EUA estarão envolvidos na futura segurança da Ucrânia, mas que a Europa terá que assumir grande parte dessa proteção. Segundo Zelensky, as garantias de segurança serão elaboradas até o final deste mês. Há consenso, de ambos os lados, de que Kiev precisa de medidas concretas para impedir futuras agressões da Rússia. Caberá à chamada “Coalizão de Voluntários”, liderada pelo Reino Unido, França e Alemanha, implementar planos de ação caso um cessar-fogo ou acordo de paz seja alcançado.

Trump assegurou que Putin estaria disposto a aceitar essas garantias. Moscou não aprova uma eventual adesão de Kiev à Otan, nem quer devolver os territórios ucranianos já anexados. No entanto, Putin concorda que os EUA ofereçam à Ucrânia uma proteção semelhante à prevista no artigo 5 da aliança militar, que prevê defesa mútua em caso de ataque a qualquer membro da Otan. Até o momento, os detalhes dessa garantia americana permanecem desconhecidos. Durante as negociações, Trump interrompeu a reunião com os europeus para telefonar para Putin.

Na contramão do projeto russo, líderes europeus e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmam que o caminho para a inclusão da Ucrânia na aliança é irreversível.


Published on 1 week, 2 days ago






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